Buscape

sábado, 13 de julho de 2013

Ford New Fiesta 1.6 Titanium - Tirando onda de médio

Marca do oval azul passa a produzir no Brasil o hatch, que ganhou retoques no visual e pacote de itens de série tentador, mas acabamento é mais pobre e preço, salgado


Enio Greco - Estado de Minas


 (Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)

Quando se fala em carro com preço superior a R$ 50 mil logo se imagina um modelo médio, com maior espaço interno e acabamento diferenciado. Mas os tempos mudaram. Na onda dos chamados compactos premium, a Ford passou a produzir no Brasil o New Fiesta hatch, que vinha do México para cá com preço salgado, mas com fortes argumentos: boa qualidade e lista de equipamentos completa. Feito aqui, o hatch ganhou retoques no visual e continuou bem equipado, com eficiente conjunto mecânico, mas perdeu em qualidade do acabamento interno e o preço da versão completa é elevado. Motor e câmbio automatizado de duas embreagens são destaques do modelo, que é bom de dirigir.

Clique e veja mais fotos do carro!

RETOQUES O New Fiesta é um projeto global da Ford e ao ser produzido no Brasil incorporou mudanças estéticas aplicadas em outros modelos da marca. A principal diferença estética em relação ao que vinha do México está na dianteira, que ganhou a grade do tipo bocão, semelhante à do Fusion, com formato trapezoidal e barras paralelas cromadas. Os faróis espichados invadindo as laterais e o capô com vincos acentuados enfatizam a robustez e ao mesmo tempo reforçam o aspecto aerodinâmico, que segue pelo para-brisa de inclinação acentuada e teto em arco. A traseira tem vidro estreito, que prejudica a visibilidade, lanternas triangulares e barra cromada na tampa do porta-malas. A parte inferior do para-choque dianteiro é muito baixa e raspa em saídas de rampas.

Traseira mudou pouco  em relação ao importado, ganhando apenas spoiler mais largo e friso cromado (Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
Traseira mudou pouco em relação ao importado, ganhando apenas spoiler mais largo e friso cromado


POR DENTRO O espaço interno é de compacto mesmo, com porta-malas seguindo os padrões da categoria. O banco traseiro tem encosto reclinável, mas não é bipartido e falta apoio de cabeça central e o cinto de segurança do meio é abdominal. Falhas significativas para um modelo que quer ser premium. Na frente, os bancos têm apoios laterais nos encostos, proporcionando relativo conforto, e o do motorista conta com ajuste de altura, favorecendo a posição de dirigir. Mas atrás o espaço é ideal apenas para dois e desde que não sejam pessoas muito altas, pois podem esbarrar a cabeça no teto. O túnel central no assoalho limita o espaço para as pernas.

ACABAMENTO É triste constatar que para ser fabricado no Brasil o New Fiesta teve que perder em qualidade no acabamento. Enquanto o modelo mexicano tinha painel revestido com material emborrachado, bem melhor, o brasileiro recebeu no lugar um plástico duro, que não tem aparência ruim, mas demonstra nitidamente queda no padrão. Isso sem falar na falta de zelo com a montagem, com encaixes malfeitos e folgas exageradas entre as peças. Os instrumentos têm fácil visualização, com elementos digitais e computador de bordo, além de indicador de marcha engatada. O volante tem boa pega e reúne comandos do som e controlador de velocidade.
Testamos a versão Titanium, a topo de linha, que traz um pacote de itens de série de fazer inveja à concorrência (ver lista de equipamentos na página 3). O hatch conta ainda com assistente de partida em rampa, que não permite que o carro retorne nas arrancadas em subidas.

Painel perdeu muito em qualidade com o uso de plástico duro (Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
Painel perdeu muito em qualidade com o uso de plástico duro


DESEMPENHO Outro destaque do New Fiesta é o motor Sigma 1.6 16V, com duplo comando variável e independente de válvulas. Ele traz de série o sistema de partida a frio Ford Easy Start, que elimina a necessidade do tanquinho, pois começa a aquecer o combustível antes de o motorista virar a chave na ignição. O desempenho é bom tanto na cidade quanto na estrada, pois o motor é esperto, com bom torque em baixas rotações. Acoplado a ele está a transmissão PowerShift, automatizada de dupla embreagem e seis marchas, que proporciona trocas suaves, sem trancos, favorecendo o desempenho. Tem a posição S, que deixa o carro ainda mais esperto, e a opção de trocas de marchas por meio de uma tecla no pomo da alavanca, que não é muito prática. As arrancadas e retomadas de velocidade são eficientes e o computador de bordo apontou uma média de consumo de 5,7km/l (cidade) e 8,5km/l (estrada) com etanol e 7km/l (cidade) e 13km/l (estrada) com gasolina.

VEREDITO O modelo tem direção com assistência elétrica, que favorece as manobras em baixas velocidades e garante segurança nas estradas. As suspensões foram bem calibradas, com boa estabilidade em curvas e relativo conforto de marcha, prejudicado pelos pneus de perfil 50, que contribuem para a transferência das imperfeições do solo para dentro. Mas o New Fiesta Titanium tem ainda de série os controles eletrônicos de estabilidade e tração, que deixam o motorista seguro em tocadas mais esportivas. O sistema de freios auxiliado pela eletrônica atuou de forma eficiente. Com tudo isso, o New Fiesta 1.6 Titanium se mostra um carro muito interessante, gostoso de dirigir e bem equipado, mas continua sendo compacto, com espaço reduzido e acabamento que não condiz com seu preço.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário